A
Guerra pela Sucessão (1702-1714) confrontou Catalunha e outros
países da Coroa de Aragão com Castela, no contexto de um conflito
internacional europeu: Em 1700 França forçou o testamento de Carlos
II em favor de Felipe de Anjou (da Casa de Bourbon) o que gerou
no âmbito internacional uma forte rejeição anti-bourbônica. Os
estados aliados (o Império austríaco, Inglaterra, Holanda, alguns
estados alemães, Portugal e Savóia) pretendiam impor o candidato
austríaco o arquiduque Carlos. Em 1702 originou-se assim um conflito
internacional em torno da sucessão da monarquia hispânica. Catalunha
simpatizou com o arquiduque Carlos, pois oferecia mais garantias
de preservar as Constituições Catalãs e, por isso, a oposição
antiboubônica catalã assinou com Inglaterra, em 1705, o Pacto
de Gênova, onde Inglatera garantia que, fosse quem fosse o vencedor,
Catalunha não perderia suas Constituições. Em novembro do mesmo
ano, o arquiduque Carlos entrava em Barcelona e era proclamado
rei pelo povo catalão e a Guerra de Sucessão passou a ser também
uma guerra civil na península ibérica. Os aliados foram derrotados
em 1707 na Alemanha e as tropas bourbônicas ocuparam os reinos
de Valência e Aragão e algumas comarcas do Principado de Catalunha.
Em 1711 morre o Imperador Leopoldo I, pai do arquiduque Carlos
que logo a seguir o sucede. Em 1713, no Tratado de Utrech, assina-se
a paz entre os beligerantes, e Felipe V consolida-se como rei
da Espanha, em troca de inúmeras concessões territoriais e econômicas
em favor dos aliados. A partir deste momento, Catalunha permanece
sozinha frente ao poderio bélico das tropas francocastelhanas.
No dia 11 de setembro de 1714, após um sítio de 12 meses, cai
Barcelona perante um exército de 40 mil soldados. Pelo Decreto
da Nova Planta, em 1716, são abolidas as instituições catalãs
- as Cortes, a Generalitat, os Conselhos Municipais, etc. Os bourbons
fecham todas as universidades de Catalunha e abrem uma nova, bourbônica,
em Cervera. Impõem-se em toda a região as leis de Castela.