| XXVI SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA ANPUH: 50 anos
50 anos de Tolerância para o Brasil e o mundo: o caso do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos (1960-2011) Ementa:
No dia 25 de janeiro de 1959, por volta do meio dia, o então papa João XXIII anunciou ao mundo a intenção de celebrar um concílio geral de bispos para a Igreja Católica, intitulado posteriormente de Concílio Vaticano II. Como coordenador e auxiliar nessa imensa tarefa João XXIII convidou o cardeal Augustín Bea, jesuíta alemão. Pouco depois o papa nomeou o cardeal como responsável por um órgão totalmente novo na História do Catolicismo, o Secretariado para a Unidade dos Cristãos, posteriormente intitulado Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos. A função primordial do novo dicastério romano era servir de canal para o diálogo entre católicos, protestantes, ortodoxos gregos e reformados a fim de superar séculos ou milênios de ódios, lutas e desconfianças mútuas. A criação do Secretariado insere-se em um contexto mais amplo de tolerância e irenismo que marcou o período posterior ao final das hostilidades mundiais (1945). Paralelamente ao desenvolvimento da tolerância no âmbito laical na cidade de Amsterdã, Holanda mais de 150 Igrejas e denominações cristãs se reunirame fundaram o Concílio (ou Conselho) Mundial de Igrejas em 1948. O CMI buscava superar as divisões que advinham das origens do cristianismo em busca de um canal legítimo de discussão e entendimento entre protestantes, ortodoxos gregos e reformados. Os católicos não haviam sido inicialmente convidados devido a proporcionalidade de votos de cada denominação a partir do seu número de fiéis. Ao longo destas cinco décadas o dicastério passou por diversas transformações. A mais importante ocorreu em 1986, com a sua subordinação a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé. Nos dias atuais o Pontifício Conselho encontra-se diante de algumas encruzilhadas, como por exemplo o desafio da Teologia Pluralista como teologia ecumênica, proposta condenada pelo atual Papa Bento XVI mas aceita por diversos pensadores. Outro desafio refere-se a Eclesiologia das Igrejas como obstáculo ao Ecumenismo e ao Diálogo. Programa: 1) Apresentação do curso e da metodologia utilizada nas aulas. 2) Bosquejos históricos na origem das divisões e nas propostas de unidade entre Religiões e Igrejas. 2.1) Concílio de Trento (1545-1563), Syllabus (1864), a Unificação Italiana (1870) e o Modernismo como momentos críticos de relacionamento entre católicos, protestantes, liberais, ateus, maçons e demais denominações e grupos com relação a Modernidade. 3) O Século XX como um divisor de águas: 3.1) "A Era do Desastre" como momento trágico e mágico de união dos religiosos de todas as religiões contra inimigos comuns: os diversos totalitarismos. 3.2) Inícios de abertura dentro do Catolicismo: O Humanismo Cristão de Jacques Maritain, Yves Congar, Hans Urs Von Balthasar. 3.2.1) O pensamento dos papas Pio X, Bento XV, Pio XI e Pio XII: alicerces para aberturas maiores. 3.3) A abertura dentro do universo protestante: Karl Barth, Rudolf Bultmann. 3.3.1) O Movimento Ecumênico como precursor do ecumenismo católico. 3.3.2) De Edimburgo (1910) a Amsterdam (1948): unidade dos protestantes e desconfiança dos católicos. 3.3.3) Outras reuniões marcantes: Nova Délhi (1961) e Uppsala (1968). 3.3.4) Teologias da Revolução, Libertação e os cristãos. 4) Abertura com João XXIII e Paulo VI: preparação e celebração do Concílio Vaticano II (1962-1965). 4.1) Secretariado para a Unidade dos Cristãos: suas atribuições e características. 4.2) Decreto Unitatis Redintegratio como marco da abertura da Igreja Católica (1964). 4.3) De Secretariado a Pontifício Consellho: o pós-concílio (1965-1978). 5) "Inverno conciliar?": a eleição de João Paulo II (1978-2005). 5.1) Os casos "Boff" (1982-1984) e "Gebara" (1994): releituras do pensamento conciliar? 5.1.1) A crise do Socialismo Real (1989) e seus reflexos no Movimento Ecumênico em geral e no ecumenismo católico em particular. 5.2) A Encíclica "Ut unum sint" (1995) e a Declaração "Dominus Iesus" (2000): morte do ecumenismo católico? 5.3) Perspectivas para o futuro?
|