Os inícios
Costuma-se dizer que
a Catalunha nasceu com o conde Wilfredo I [Guifré I] (840-897)
da dinastia dos Bel-lònides,
por ter sido o primeiro conde catalão que, a sua morte, passou
os condados aos seus filhos, sem qualquer confirmação
do seu monarca franco.
Na segunda metade
do séc. VIII, os condes godos estabelecidos ao norte dos
Pireneus foram entregando-se ao rei franco Pepino, o Breve. Por
outro lado, alguns uales árabes responsáveis pelas
cidades do lado sul dos Pireneus perceberam que os francos tratavam
melhor os seus súditos que o emirado de Córdoba, e
que havia nas suas terras maior estabilidade institucional e melhor
defesa dos territórios. Começaram assim a cultivar
sentimentos de independência. A cidade de Girona entregou-se
aos francos em 785, e o seu exemplo foi seguido pelo conde de Urgell
e Cerdanya. Em 801, Luís da Aquitânia conquista Barcelona.
Em 806, o conde de Tolosa toma posse das regiões do Pallars
e Ribagorça.
Como Córdoba enviava
os seus exércitos para reprimir essas dissidências,
os francos decidiram organizar ao sul dos Pireneus um território
fronteiriço que evitasse a ocupação sarracena
nas terras da Aquitânia e de Narbona. Esta nova circunscrição,
conhecida com o nome de Marca Hispânica, manteve os mesmos
distritos da época visigótica: os condados e os
pagi. Estes distritos eram os cinco condados de Barcelona, Girona,
Empúries, Rossilhão e Urgell e Cerdanya. A organização
política implicou simultaneamente a religiosa: criaram-se
as dioceses e fundaram-se mosteiros e paróquias.
A Marca Hispânica esteve
desde os seus começos submetida a um conde franco: Bernardo
da Septimânia, filho do conde de Tolosa.
Os reis carolíngios
investiram os condes da Marca Hispânica até a morte
de Wilfredo I. A partir de então se iniciou a sucessão
hereditária da dignidade condal.
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