Os
condes de Barcelona e os reis de Aragão
Em
1137, após nebulosas negociações, fechou-se
em Barbastro o acordo entre Ramiro II, o Monge, e Raimundo Berengário
IV [Raimundo Berenguer] IV, em que Ramiro II entregava a Raimundo
Berengário IV a sua filha Petronila, de um ano de idade,
e todo o reino de Aragão. Este pacto finalizava a crise política
e institucional iniciada no reino de Aragão após a
morte de Afonso I o Batalhador (1134), pois no seu testamento, ao
não ter sucessão direta, deixara o seu reino para
as três ordens militares do Templo, do Hospital de São
João de Jerusalém e do Santo Sepulcro (1131). A separação
de Navarra - unida a Aragão desde 1076 -, que elegeu um rei
próprio na pessoa de Garcia VI de Pamplona, e a ocupação
de uma parte do território - o vale do rio Ebro - pelo monarca
castelhano Afonso VI, assim como as pressões da Santa Sé
para que se cumprissem as disposições testamentárias
de Afonso I, fizeram com que os nobres de Aragão e até
o próprio Ramiro II, após rejeitar um possível
aliança com Castela e Navarra, se inclinassem a favor de
pactuar com o conde catalão.
Em
virtude deste acordo - que previa as bodas futuras do conde com
Petronila- e de outros que se seguiram, Raimundo Berengário
IV passou a ser, desde 1137, príncipe de Aragão. Negociações
posteriores obtiveram, de acordo com a Santa Sé e mediante
vultosas compensações, a renúncia das três
ordens militares mencionadas à herança de Afonso I
o Batalhador. Por outro lado, acertou-se que a Casa de Barcelona
reinasse sobre Aragão e que os monarcas descendentes de Raimundo
Berengário IV e Petronila se autodenominassem com os dois
títulos soberanos de reis de Aragão e condes de Barcelona.
O seu filho Raimundo, que depois tomou o nome de Afonso, pelo testamento
do seu pai (1162) recebeu o condado de Barcelona e os direitos a
Aragão, que foram confirmados pela sua mãe dois anos
mais tarde. Com Afonso I da Catalunha e II de Aragão inicia-se
a série de condes-reis da chamada Coroa de Aragão,
que perdurará até a extinção da linhagem
com a morte de Martim o Humano, em 1410. A união do reino
e do condado foi apenas dinástica: as duas entidades não
se fundiram; cada uma delas manteve o seu território específico,
com as suas leis e instituições próprias.
Lista
dos condes-reis da Casa de Barcelona
°
Ramon
Berenguer IV o Santo (1131-1162)
° Alfons I, o Casto ou o Trovador (1162-1196)
° Pere I, o Católico (1196-1213)
°
Jaume I, o Conquistador (1213-1276)
° Pere II, o
Grande (1276-1285)
° Alfons II, o Franco (1285-1291)
° Jaume II, o Justo (1291-1327)
° Alfonso III, o Benigno (1327-1336)
° Pere III, o Cerimonioso (1336-1387)
° A
Generalitat de Catalunya (Lista dos Presidentes desde 1359)
° Joan I, o Caçador (1387-1396)
° Martí I, o Humano (1396-1410)
Artigos
°
O
fim da expansão para Ocitânia, Martín Aurell
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